vai pro puteiro
guerreiro
e vai ver
que quem vence
a luta
é a puta
que te pariu
Copyright © 2009 Marco Alexandre de Oliveira
Sunday, September 27, 2009
Monday, September 21, 2009
translation as re-creation ...
“Once we admit, in principle, the thesis of the impossibility of translating 'creative' texts, it seems that we may also admit, in principal, the corollary of this thesis, the possibility of re-creating the texts.” (p. 315)
“We may say, then, that every translation of a creative text will always be a 're-creation,' a parallel and autonomous, although reciprocal, translation – 'transcreation.' The more intricate the text is, the more seducing it is to 're-create' it. Of course in a translation of this type, not only the signified but also the sign itself is translated, that is, the sign’s tangible self, its very materiality …. The signified, the semantic parameter, becomes just a kind of boundary marker for the 're-creative' enterprise. We are, then, at the opposite end of the 'spectrum' from the so-called literal (or servile) translation.” (p. 315-316)
Translation of poetry (or of prose with an equal degree of difficulty) is, above all else, an experiment in introspection into the world and technique of the text to be translated. It is as if one took apart and, at the same time, put back together again the machine of creation, that frail and apparently inaccessible beauty that offers us a finished product in a foreign language but which, nevertheless, is able to give itself over to an implacable vivisection, to an operation in which it will literally be disemboweled and then reformed, reconstituted, in a new and different linguistic body.” (p. 323)
(Haroldo de Campos, “Translation as Creation and Criticism.” Novas: Selected Writings. Trans. Antonio Sergio Bessa, Odile Cisneros)
“Admitida a tese da impossibilidade em princípio da tradução de textos criativos, parece-nos que esta engendra o corolário da possibilidade, também em princípio, da recriação desses textos.” (p. 34)
“Então, para nós, tradução de textos criativos será sempre recriação, ou criação paralela, autônoma porém recíproca. Quanto mais inçado de dificuldades esse texto, mais recriável, mais sedutor enquanto possibilidade aberta de recriação. Numa tradução dessa natureza, não se traduz apenas o significado, traduz-se o próprio signo, ou seja, sua fisicalidade, sua materialidade mesma .... O significado, o parâmetro semântico, será apenas e tão somente a baliza demarcatória do lugar da empresa recriadora. Está-se pois no avesso da chamada tradução literal.” (p. 35)
“A tradução de poesia (ou prosa que a ela equivalha em problematicidade) é antes de tudo uma vivência interior do mundo e da têcnica do traduzido. Como que se desmonta e se remonta a máquina da criação, aquela fragílima beleza aparentemente intangível que nos oferece o produto acabado numa língua estranha. E que, no entanto, se revela suscetível de uma vivissecção implacável, que lhe revolve as entranhas, para trazê-la novamente à luz num corpo linguístico diverso.” (p. 43)
(Haroldo de Campos, “Da tradução como criação e como crítica”. Metalinguagem e outras metas.)
“We may say, then, that every translation of a creative text will always be a 're-creation,' a parallel and autonomous, although reciprocal, translation – 'transcreation.' The more intricate the text is, the more seducing it is to 're-create' it. Of course in a translation of this type, not only the signified but also the sign itself is translated, that is, the sign’s tangible self, its very materiality …. The signified, the semantic parameter, becomes just a kind of boundary marker for the 're-creative' enterprise. We are, then, at the opposite end of the 'spectrum' from the so-called literal (or servile) translation.” (p. 315-316)
Translation of poetry (or of prose with an equal degree of difficulty) is, above all else, an experiment in introspection into the world and technique of the text to be translated. It is as if one took apart and, at the same time, put back together again the machine of creation, that frail and apparently inaccessible beauty that offers us a finished product in a foreign language but which, nevertheless, is able to give itself over to an implacable vivisection, to an operation in which it will literally be disemboweled and then reformed, reconstituted, in a new and different linguistic body.” (p. 323)
(Haroldo de Campos, “Translation as Creation and Criticism.” Novas: Selected Writings. Trans. Antonio Sergio Bessa, Odile Cisneros)
“Admitida a tese da impossibilidade em princípio da tradução de textos criativos, parece-nos que esta engendra o corolário da possibilidade, também em princípio, da recriação desses textos.” (p. 34)
“Então, para nós, tradução de textos criativos será sempre recriação, ou criação paralela, autônoma porém recíproca. Quanto mais inçado de dificuldades esse texto, mais recriável, mais sedutor enquanto possibilidade aberta de recriação. Numa tradução dessa natureza, não se traduz apenas o significado, traduz-se o próprio signo, ou seja, sua fisicalidade, sua materialidade mesma .... O significado, o parâmetro semântico, será apenas e tão somente a baliza demarcatória do lugar da empresa recriadora. Está-se pois no avesso da chamada tradução literal.” (p. 35)
“A tradução de poesia (ou prosa que a ela equivalha em problematicidade) é antes de tudo uma vivência interior do mundo e da têcnica do traduzido. Como que se desmonta e se remonta a máquina da criação, aquela fragílima beleza aparentemente intangível que nos oferece o produto acabado numa língua estranha. E que, no entanto, se revela suscetível de uma vivissecção implacável, que lhe revolve as entranhas, para trazê-la novamente à luz num corpo linguístico diverso.” (p. 43)
(Haroldo de Campos, “Da tradução como criação e como crítica”. Metalinguagem e outras metas.)
Wednesday, September 16, 2009
poemargens ...
"Parto de um princípio, não sem antes pedir licença poética: a poesia é, por natureza, discurso marginal. Por quê? Porque só se torna existente e interessante na medida em que cria um espaço FORA ('à margem') DENTRO da linguagem, pertubando a cartografia do território das letras. Alguma desestabilização de fronteiras tem de ocorrer para que a linguagem produza poesia."
(Fernanda Medeiros, "Poesia 70 e Poesia 90," O Carioca, Primavera 1998)
(Fernanda Medeiros, "Poesia 70 e Poesia 90," O Carioca, Primavera 1998)
Sunday, September 13, 2009
a note on distraction ...
“Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, podia-se com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é ler distraidamente.”
(Clarice Lispector, Para não esquecer)
“Thus writing is the method of one who has words as bait: the word fishing for what is not word. When this non-word takes the bait, something has been written. Since what is between the lines has been caught, the word could be thrown away with relief. But there the analogy ceases: a non-word, in taking the bait, has incorporated it. The only salvation is distracted reading.”
(Clarice Lispector, Para não esquecer)
“Thus writing is the method of one who has words as bait: the word fishing for what is not word. When this non-word takes the bait, something has been written. Since what is between the lines has been caught, the word could be thrown away with relief. But there the analogy ceases: a non-word, in taking the bait, has incorporated it. The only salvation is distracted reading.”
Friday, September 11, 2009
gringocarioquismos ...
“Onde quer que você esteja, você está sempre aí.”
“Quando tiver uma chance, consulte o seu destino.”
“Se não fosse redondo, o mundo seria bem chato.”
“Aproveite o agora, antes que vire depois.”
“O que seria do presente se o futuro não passasse?”
“Tomara que tome providências contra a Providência!”
Copyright © 2009 Marco Alexandre de Oliveira
Monday, September 07, 2009
Thursday, September 03, 2009
make it (re)new ...
“Todo presente de criação propõe uma leitura sincrônica do passado da cultura. A apreensão do novo representa a continuidade e a extensão da nossa experiência do que já foi feito ...”
(Haroldo de Campos, “Comunicação na Poesia de Vanguarda.” A Arte no Horizonte do Provável.)
liar, liar ...
“If you want to become a man of letters and perhaps write some Histories one day, you must also lie and invent tales, otherwise your Histories would become monotonous. But you must act with restraint. The world condemns liars who do nothing but lie, even about the most trivial things, and it rewards poets, who lie only about the greatest things.”
(Umberto Eco, Baudolino. Trans. William Weaver)
(Umberto Eco, Baudolino. Trans. William Weaver)
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