Sunday, February 28, 2010

civilization and barbarianism ...

"Meus Espíritos Instrutores (os Tamai) empurraram-me na boca do jaguar, essa yauaretê chamada metrópole, creio como prova, para que aprendesse e comesse dessa língua e cultura de pedra e aço. Foi assim que comi o pão que a civilização amassou. Sobrevivi. Por isso, devorei o cérebro dessa cidade."

"My Spirit Instructors, (the Tamai), as a challenge, I believe, pushed me through the jaguar mouth, this yauaretê called metropolis, in order to learn and eat from that stone-and-steel language and culture. Thus, I ate the bread that was baked by civilization. I survived. To achieve this, I had to devour the city's brain."

(Kaka Wera Jecupé, Todas as vezes que dissemos adeus / Whenever we said goodbye.)

Saturday, February 20, 2010

look

Maurício Arruda Mendonça / gringocarioca


look ... I go around crazy searching
for a look that like yours
might calm me a little
and I could call poetry
a deer's leap
an autumn moon

look ... the walls are peeling
dust in all that's left
think a little
cigarette ash pen tube
that wasn't the way I
taught you how to lie I've got
a fever some kind of pain
but even if I'm wrong

look ... speed is a fissure
of youth solitude is
a crazy way of knowing
who is inside you
when the entire city
hates you but
between the souls of jeans
you continue

look ... nothing in the mist besides
butterflies fucking
statues moving
people that forgot
to laugh and you go on
killing yourself
by always saying yes
but

look ... the light rain on the streets
:
your skin on my body
forever



Eu caminhava assim tão distraído


Maurício Arruda Mendonça


olha ... eu ando louco à procura
de um olhar que como o seu
me acalme um pouco
e eu possa chamar poema
salto de cervo
lua de outono

olha ... a parede se descasca
poeira em tudo o que fica
pense um pouco cinza de
cigarro tubo de caneta
não foi assim que eu te
ensinei a mentir tenho
febre algum tipo de dor
mas ainda que eu erre

olha ... velocidade é uma fissura
da juventude solidão é
um método maluco de saber
quem está dentro de você
quando a cidade inteira
te odeia mas
entre almas de jeans
você segue

olha ... nada na neblina além de
borboletas transando
estátuas se mexendo
pessoas que se esqueceram
de sorrir e você vai
se matando
de tanto dizer sim
mas

olha ... a chuva fina no asfalto
:
a sua pele sobre o meu corpo
pra sempre


Wednesday, February 17, 2010

procura-se

Copyright © 2010 Marco Alexandre de Oliveira