... nunca mais
Copyright © 2010 Marco Alexandre de Oliveira
– Edgar Allen Poe
Gaily bedight,
A gallant knight,
In sunshine and in shadow,
Had journeyed long,
Singing a song,
In search of Eldorado.
But he grew old-
This knight so bold-
And o'er his heart a shadow
Fell as he found
No spot of ground
That looked like Eldorado.
And, as his strength
Failed him at length,
He met a pilgrim shadow-
"Shadow," said he,
"Where can it be-
This land of Eldorado?"
"Over the Mountains
Of the Moon,
Down the Valley of the Shadow,
Ride, boldly ride,"
The shade replied-
"If you seek for Eldorado!"
Mapa do lago Parime, Hessel Gerritsz (1625) [1]
Eldorado: terra imaginária ou fantástica, repleta de delícias e riquezas. Existiria no Norte da América do Sul, às margens do lago Parime. Seria a cidade lendária de Manoa, o "lago" ("manoa") del dorado. Uma utopia que nem a Terra Prometida, um mito que nem a Idade de Ouro.
Terra Brasilis, Atlas Miller (1519) [2]
Terra Brasilis: nome dado à terra brasileira na carta Tabula hec regionis magni Brasilis, mapa renascentista atribuído aos renomados cartógrafos portugueses Lopo Homem, Pedro Reinel e Jorge Reinel, que criaram a Atlas Miller de 1519 [3]. É uma terra real e surreal ao mesmo tempo, a história de uma exploração geográfica e econômica do mesmo espaço. A imagem exótica retrata a extração do pau-brasil nativo e a subjugação dos povos indígenas pelos navegadores e conquistadores estrangeiros que descobriram e fundaram este novo mundo nos trópicos.
Glauber Rocha [4]
Transe: 1 Lance difícil, momento crítico, situação angustiosa. 2 Susto ou apreensão de um mal que se julga próximo. 3 Crise, lance, perigo. 4 Ato ou feito arriscado. 5 Combate, duelo. 6 Aflição, dor, angústia. 7 Falecimento. 8 Ânsia mortal; agonia. 9 Inquietação, medo. 10 Estado de subordinação do hipnotizado ao hipnotizador. 11 Folc Estado em que ficam, nos candomblés, os cavalos-de-santo para receber a visita de um orixá. [5]
Cartaz do filme Terra em transe (1967)
Terra em transe: filme polêmico de Glauber Rocha, diretor consagrado do movimento cinema novo, que surgiu durante um momento crítico e fundamental da cultura brasileira (e latino-americana) através de um diálogo internacional. Manifesto "prático" de um cinema tricontinental, revolucionário, visando à descolonização cultural e vislumbrando a invenção cinematográfica através da intervenção de uma eztetyka da fome (ou da violência), produzida apenas por "uma câmera na mão, e uma idéia na cabeça." A história se passa em Eldorado, país tropical com capital homônima, e representa uma clara – embora enigmática – alegoria do Brasil que implica toda a América Latina. Entre os seus personagens principais estão figuras emblemáticas como: o elitista fanático Porfírio Diaz, senador conservador que conspira para coroar-se imperador; o demagogo populista Felipe Vieira, vereador e depois governador da província de Alecrim, que aspira a eleger-se presidente da República; o burguês liberal Don Julio Fuentes, empresário e dono da mídia nacional, cujos negócios estão ameaçados de extinção pela concorrência imperialista – ou neo-colonialista – da empresa multinacional Explint (Compañia de Explotaciones Internacionales); e o jornalista e poeta Paulo Martins, narrador-protagonista ambivalente e dividido entre as diversas contradições presentes, que incorpora, então, diante da dialética deste entre-lugar, "a consciência em transe de Eldorado" [6]. Figura(s) em transe de uma terra em transe ... Como seria este Eldorado alegórico, o que significaria este transe metafórico no filme Terra em transe?
transição
Ao longo do filme Terra em transe, Eldorado passa por um "lance difícil", um "momento crítico" na sua história que se torna uma "situação angustiosa" que proporciona, à consciência, o "susto ou apreensão de um mal que se julga próximo". A "crise" e o "perigo" que a caracteriza surgem do embate entre um populismo progressista, por um lado, e um fascismo reacionário, pelo outro, e culminam tanto no "falecimento" (ou morte) da República por conta do coup d'etat, quanto na "ânsia mortal" da revolução cultural por causa da repressão política. Esta passagem da democracia para a ditadura, do sonho idealista para um pesadelo realista, figura como uma transição que marca Eldorado como uma terra em transe.
A transição pela qual Eldorado passa em Terra em transe é uma alegoria do momento histórico que o Brasil sofre nos anos 60, quando a instabilidade ou "inquietação" cultural devida aos movimentos sociais e/ou socialistas cria as condições para um golpe de estado em 1964 que depõe o então presidente da República, João Goulart, e institui a ditadura e seu regime militar. Esta transição atingiu também o próprio movimento do cinema novo, que surgiu no início da década com idéias utópicas e pretenções revolucionárias não apenas para o cinema nacional, mas para toda a cultura brasileira. Apesar das naturais divergências entre os autores e/ou diretores, houve um sentimento profundo de desilusão e desespero comum devido às circunstâncias em nada ideais: a realidade da demagogia de uma esquerda impotente diante da ideologia de uma direita poderosa. O filme, então, alegoricamente questiona qual seria o papel e/ou o lugar do artista-cineasta diante desta configuração complexa (e contraditória) de interesses políticos, sociais, econômicos e culturais. Assim, o jornalista e poeta Paulo transita entre as figuras de Diaz, Vieira e Fuentes sem encontrar um modo de sintetizar a estética e a política, de consolidar a vocação intelectual com o compromisso social, senão através do seu martírio e da sua morte. Diga-se de passagem, a "agonia" ambígua do poeta, fuzil erguido ao céu com ar heróico de resistência, talvez em si indique outro caminho – o da violência – para que a revolução stricto sensu se realize após o momento de transe e/ou transição.
transcrição
O transe do Eldorado, além de figurar como alegoria da transição pelo qual o Brasil passa, representa também uma forma de transcrição da História para a história do filme Terra em transe. Não se trata de uma "cópia literal de um escrito", mas a condensação ou "redução de um sistema de escrita a outro": a cinematografia [7]. A preponderância da citada técnica da "câmera na mão", tão característica do cinema novo, faz com que o filme se torne uma forma de documento, uma versão original do chamado cinéma-vérité. Segundo Glauber Rocha, o filme exibe um "tom documentário. Tudo o que pode parecer imaginário é de fato verdadeiro" [8]. O diretor ainda acrescenta que
O que aconteceu com Terra em transe foi que muitas pessoas disseram tratar-se de uma invenção surrealista quando o filme era um documentário extremamente verdadeiro. Quando se estuda a sua técnica, ainda que o estilo seja bastante desigual, nota-se que, em planos muito diferentes, a câmera tem uma posição documental .... Eu filmei os jornais, as transmissões da televisão [9].
De fato, a técnica de filmagem às vezes remonta a do cine-jornal da época, e inclusive há planos retirados do documentário e/ou "reportagem" Maranhão 66, curta metragem de Glauber Rocha sobre a política. Tais técnicas e transposições acrescentam tanto a verossimilhança quanto a veracidade da representação encenada da história. O transe do Eldorado então se manifestaria como uma transcrição verdadeira do real, uma realidade historiográfica além de uma surrealidade cinematográfica.
transformação
Como transcrição de uma transição, o transe do Eldorado no fundo visa uma terra em transformação. Na verdade, o que se procura revelar em Terra em transe é a figura da revolução, a libertação do povo brasileiro e/ou latino-americano através de uma(s) tomada(s) de consciência e muita luz, câmera e ação. No país de Eldorado, o real é surreal, uma realidade absurda e irracional. Faz sentido, então, o que diz Glauber Rocha, quando afirma que "o surrealismo é coisa latina .... O nosso não é o surrealismo do sonho, mas da realidade" [10]. Mas qual seria a função deste surrealismo tropical, este denominado "tropicalismo"? O diretor acrescenta que
A função histórica do surrealismo no mundo hispano-americano oprimido foi aquela de ser instrumento para o pensamento em direção a uma liberação anárquica, a única possível. Hoje utilizada dialeticamente, em sentido profundamente político, em direção ao esclarecimento e à agitação. [11]
De fato, lembra-se que o surrealismo histórico de André Breton visava transmutar as energias do inconsciente em ações conscientes. A liberação da consciência individual então possibilitaria a libertação coletiva, a realização de uma revolução social. Por sua vez, o "tropicalismo" de Glauber Rocha e do cinema novo, ao trazer à luz a verdade mascarada de uma (sur)realidade latina, proporciona consciência e ação ao mesmo tempo. Quando o diretor diz que fez Terra em transe "com a aspiração de que fosse uma bomba. Lançada com toda intenção", fica evidente como os autores do movimento pretendiam promover uma revolução tanto no sentido estético quanto político [12]. O transe então figura como "ato ou feito arriscado", além de um "combate" ou "duelo" entre forças antagônicas e/ou contraditórias. Em Eldorado é o poeta-escritor, dilacerado por forças interiores (psíquicas) e exteriores (sociais), que arrisca a própria vida para lutar contra o poder e transformar o mundo. Apesar do seu sacrifício, realiza a revolução apenas como alucinação, como visão ou fantasia. No entanto, como a forma e o conteúdo se complementam, as inovações técnicas e estruturais do filme realizam outro modo de transformação, uma revolução cinematográfica, que visa tanto à formação de um novo cinema quanto a de um novo (3º) mundo, através da descolonização cultural.
transculturação
Eldorado, como o Brasil, é um país subdesenvolvido, colonizado pela exploração internacional e "hipnotizado" pela ordem e progresso nacional. Terra em transe então retrata um Estado em "estado de subordinação" por forças econômicas, políticas, sociais e culturais. Para se libertar do neo-colonialismo, a revolução do cinema novo visava à transformação da realidade atual através de uma teoria e prática de transculturação. Além das citadas relações entre o tropicalismo latino-americano e o surrealismo europeu, nota-se que Terra em transe dialoga com o cinema capitalista de Hollywood e o cinema socialista de Moscou. Por um lado, há referências ao filme Citizen Kane, de Orson Welles, como a estrutura do flashback e a representação dos noticiários [13]. Como admite Glauber Rocha:
Trata-se de uma referência quista e programada. Sem querer nenhum paralelo, porque para mim o filme de Welles é uma obra excepcional, pretendi mesmo realizar uma espécie de paródia a Cidadão Kane, pois, aquele filme me parecia apresentar a estrutura idealista de filme político americano, e visto que o Brasil é uma colônia latino-americana, me parecia útil e significativo nos confrontos da situação brasileira. Assumi Cidadão Kane como ponto de referência. [14]
Por outro lado, há a influência das teorias cinematográficas de Sergei Eisenstein, como a técnica da montagem vertical (imagem + som) que acompanha o monólogo interior do poeta na última seqüência do filme, quando o transe do Eldorado culmina com a coroação de Diaz e a derrota de Paulo [15]. A confluência de tais referências e/ou influências sintetiza várias tendências cinematográficas internacionais do 1º mundo em prol da formação de um cinema nacional e tricontinental do 3º mundo.
O diálogo do cinema novo com o cinema de autor europeu, o cinema commercial americano e o cinema revolucionário soviético, ao invés de tratar de uma dependência cultural, na verdade trata de uma apropriação crítica e subversiva da tradição do cinema mundial para a criação de um cinema original, diferente. Segundo Glauber Rocha:
Quando fiz Terra em transe ... quis que fosse uma ruptura a mais radical possível com esse tipo de influências .... Terra em transe foi a tentativa de conseguir em cinema uma expressão complexa, indefinida, mas própria e autêntica a respeito de tudo que poderia ser um cinema da América Latina. [16]
Assim como a cultura latino-americana, o cinema novo assume uma face mestiça e/ou híbrida através da mistura antológica de diversos códigos cinematográficos. Para Glauber Rocha, a transculturação se torna um ritual: um culto ao cinema. Como ato selvagem de homenagem, o bárbaro devora os produtos da civilização, e o universal é incorporado e então transformado pelo local. A descolonização cultural se realiza através da in(ter)venção de uma outra eztetyka, (in)formada por uma lógica dialética e antropofágica. Deste modo, Terra em transe combina aspectos modernos e folclóricos, históricos e mitológicos, religiosos e mágicos, e até eruditos e populares. Afinal, o transe do Eldorado gira em torno de melodias de música clássica e jazz, por um lado, e ritmos de samba e candomblé, por outro, gerando figuras (quase que) possuídas e/ou alteradas por forças tanto alheias quanto próprias.
transfiguração
Figuras em transe de uma terra em transe ... o que significaria este transe metafórico no filme Terra em transe, como seria este Eldorado alegórico? Segundo Glauber Rocha:
Convulsão, choque de partidos, de tendências políticas, de interesses econômicos, violentas disputas pelo poder é o que ocorre em Eldorado, país ou ilha tropical. Situei o filme aí porque me interessava o problema geral do transe latino-americano e não somente do brasileiro. Queria abrir o tema "transe", ou seja a instabilidade das consciências. É um momento de crise, é a consciência do barravento. [17]
Afinal, o transe do Eldorado se realiza através da alteração de consciências, da passagem ou transição para outro estado de consciência, para outra realidade. O transe prefigura o chamado "barravento", ou "momento de transformação", que seria o momento da revolução e da descolonização cultural [18]. Deste modo, a história do Eldorado em Terra em transe se torna a transfiguração da história do Brasil, das suas origens até o momento atual. Os personagens são figuras ou tipos significativos, personificações de diversas forças (sur)reais. Por exemplo, Diaz entra em cena reencenando o descobrimento, e rouba a cena com o coup d'etat. O ciclo da exploração se repete, como o ciclo narrativo em flashback do próprio filme. Assim, o tempo cíclico transforma a própria história em mito, em uma "alegoria de subdesenvolvimento" [19]. Neste anti-drama (neo)barroco, carnavalesco e tropicalista, a alegoria se manifesta em forma de outra estética, de outro discurso: o cinema novo. Como diria Haroldo de Campos, seria exemplo de "um duplo dizer do outro como diferença: dizer um código de alteridades e dizê-lo em condição alterada" [20]. Como consciência "alterada" da subalternidade, o transe do Eldorado, enfim, se reflete no transe cinematográfico, que visa à invenção de um novo cinema, à construção de um novo mundo.
Gilles Deleuze, ao comentar a obra de Glauber Rocha, destaca a significância fundamental do transe no que seria um "cinema de minorias" [21]:
O transe, o fazer entrar em transe é uma transição, passagem ou devir: é ele que torna possível ou ato de fala, através da ideologia do colonizador, dos mitos do colonizado, dos discursos do intelectual. O autor faz entrarem em transe as partes, para contribuir à invenção de seu povo. [22]
O transe, então, possibilitaria a ação, o discurso do outro, a invenção de um "povo" que viria a ser. Por sua vez, Terra em transe, como "manifesto prático da estética da fome" segundo Glauber Rocha, trata da (re)invenção de um país e/ou continente, da (des)construção da sua história, através de um cinema novo e tricontinental que conclamaria a própria voz e/ou existência do 3º mundo [23]. Se o transe do Eldorado é, por um lado, tanto uma alegoria do Brasil quanto da América Latina, por outro lado, constata-se que Eldorado, como lugar utópico, não existe e nunca existiu em "lugar nenhum", senão como fantasia. Como no Carnaval, a fantasia revela a inconsciência da realidade tropical, enquanto a alegoria transfigura a história em outra, uma heuztorya alter-nativa e certamente mito-lógica: "Eldorado, ou a Terra Brasilis em transe".
*apresentado no Décimo Congresso Internacional da BRASA (Brazilian Studies Association), Brasília - DF, 22-24 de julho de 2010
Notas:
[2] http://en.wikipedia.org/wiki/File:Brazil_16thc_map.jpg
[3] Leia-se o texto de Maria Dulce de Faria, “A Representação Cartográfica no Brasil Colonial
na Coleção da Biblioteca Nacional.” http://consorcio.bn.br/cartografia/cart_colonial.html
[4] http://en.wikipedia.org/wiki/File:Glauber_rocha.jpg
[5] Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php
[6] Hélio Pellegrino, citado em http://www.tempoglauber.com.br/f_terra.html
[7] Michaelis Moderno Dicionário da Língua Portuguesa.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php
[8] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 123)
[9] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 209-210)
[10] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 153)
[11] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 153)
[12] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 171)
[13] Leia-se Robert Stam, “Land in Anguish.” Brazilian Cinema. Ed. Randal Johnson and Robert Stam. New York: Columbia University Press, 1995.
[14] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 240)
[15] Leia-se Ismail Xavier, “Land in Anguish: Allegory and Irony”. Allegories of Underdevelopment: Aesthetics and Politics in Modern Brazilian Cinema. Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 1997.
[16] Glauber Rocha, Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 170)
[17] Glauber Rocha, citado em http://www.tempoglauber.com.br/f_terra.html
[18] Glauber Rocha, Reprodução do pressbook original escrito por Glauber Rocha para o lançamento commercial de Terra em transe em 8 de maio de 1967.
[19] O termo vem do livro de Ismail Xavier, Allegories of Underdevelopment: Aesthetics and Politics in Modern Brazilian Cinema. Minneapolis, MN: University of Minnesota Press, 1997.
[20] “Da Razão Antropofágica: Diálogo e Diferença na Cultura Brasileira.” Metalinguagem & outras metas: ensaios de teoria e crítica literária. São Paulo: Perspectiva, 2006. (p. 240-241)
[21] Gilles Deleuze, A imagem-tempo. Tradução Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005. (p. 262)
[22] Gilles Deleuze, A imagem-tempo. Tradução Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005. (p. 265)
[23] Glauber Rocha, “Eztetyka do sonho”. Revolução do cinema novo. São Paulo: Cosac Naify, 2004. (p. 248)
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