Monday, October 20, 2014

a quem



esqueço de me lembrar como
era alguma uma vez,
num algum lugar eu era
algo a mais ou menos,
lá longe onde
até o fim me achei
alguém

se ninguém como alguém
é alguém para ninguém
por algum ou nenhum momento...

nos seus olhos
um espelho
reflete a sombra;
no seu coração
uma chave
revela o segredo;
na sua voz
um eco
responde:
talvez, talvez, talvez...

escolhe –
este ou esse –
e aí?

a noite, às vezes, amanhece
no dia do são nunca para sempre...

me lembro de esquecer como
não era nenhuma uma vez,
em nenhum lugar eu não era
nada demais nem menos,
aqui enquanto ainda
desde o início não me acho
ninguém

Copyright © 2009/2014 Marco Alexandre de Oliveira

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