Escrevo sem saber o que falar,
Falo sem saber o que dizer,
Digo que não sei falar do que escrevo
Quando começa a ser.
Acordo de manhã cedo e volto a sonhar.
Sonho que acordo e jamais volto a dormir;
Mas durmo, no escuro, durmo
Sem acordar do meu sonhar.
O sol me levanta ao amanhecer;
Eu não quero mais cair
Mas caio, só caio
Na solidão de ser só.
Sou o quê, afinal?
Não chego a saber.
Mas chega a hora de sair –
Saio sem chegar a lugar nenhum.
Vou, então, para onde vou
Sem saber para onde ir,
Onde vou a lugar nenhum
Para chegar a algum lugar.
E a vida vai assim
Até que me pergunto:
Por que?
E daí tudo pára e me responde
Apenas o meu eco sonoro:
Porque.
Vem a resposta da pergunta
Sem responder o que pergunto,
E respondo sem perguntar
Por que.
Respondo com o meu silêncio
Sem refletir no que se espelha
Diante da reflexão:
Porque!
Por isso escrevo o que não sei falar,
Falo o que não sei dizer,
Digo que nunca falo do que escrevo
Quando acaba de ser.
Copyright © 2005 Marco Alexandre de Oliveira
2 comments:
Gostou ontem do cep? Foi tranquilo, né?
Estou dando uma geral aqui nos teus escritos.
Beijo,
Priscila
CEP foi muito legal ... bem interessante e inspirador. Foi bom conhecer você(s) e pretendo voltar sempre que puder.
Já achei seu blog também ...
Aquele abraço,
Marco
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